Hoje escrevo sobre o nosso
comportamento durante as provações da vida.
Quando falamos de Jó, temos o
exemplo de um homem justo, temente a Deus e que não murmurou
diante das adversidades da vida; Jó enfrentou tamanhas
adversidades, mas escolheu o caminho da adoração ao
Senhor.
Fico imaginando Jó, em pleno
equilíbrio de vida e de repente sua vida começa a
desmoronar; tudo lhe foi tirado! O Senhor ordenou ao inimigo que tão
somente não tocasse na vida de Jó.
Quantas indagações
tentando descobrir o que lhe estava acontecendo? E as acusações
de seus “amigos”? Mas tudo era permissão do Senhor.
Se por um lado Jó não
murmurou, de um outro lado temos um povo, o povo de Israel, que por
suas murmurações contra o Senhor, isto lhe custou
herdar a promessa, a terra prometida.
Entre tantas murmurações
e desobediência do povo israelita, cito aqui Números
11.4, quando o povo pede carne ao Senhor: Ah, se tivéssemos
carne para comer!
Antes já, como descrito no
livro de Êxodo 16.3, quando o povo chega no deserto de Sim,
toda a congregação murmura contra Moisés e Arão:
"Quem dera a mão do Senhor nos tivesse matado no Egito!
Lá nos sentávamos ao redor das panelas de carne e
comíamos pão à vontade, mas vocês nos
trouxeram a este deserto para fazer morrer de fome toda esta
multidão!"
O problema parece ser a carne; gosto
de carne, churrasco nem se fala... rsrs
Mas é muito além do
desejo de comer algo, o povo desejou até mesmo voltar para o
Egito, rejeitando ao Senhor. Isto irritou ao Senhor!
E eu aprendo muitas coisas nesta
passagem:
1 – “E o vulgo, que estava no
meio deles, veio a ter grande desejo;” Nr 11.4
O desejo partiu dos estrangeiros
que estavam no meio do povo de Israel. Em nossa caminhada e em meio
as dificuldades precisamos redobrar a vigilância com aqueles
que podem estar por perto, mas não tem o mesmo objetivo, estão
junto por conveniência.
Aquele desejo “contaminou” o
povo israelita que começaram a chorar por carne; e pior ainda:
começam a comparar o que estavam vivendo com o tempo no Egito,
de onde já haviam sido libertos: “no Egito comíamos
de graça”.
O povo estava caminhando em direção
à terra prometida, bênçãos incomparáveis
que o Senhor reservava pra eles; e estão chorando por
lembranças do passado.
Nada nesta caminhada pode nos fazer
desistir daquilo que o Senhor preparou pra nós, conquistou pra
nós. Sejam as bençãos espirituais, nada neste
mundo pode nos tirar o foco do céu; desejos terrenos são
passageiros e momentâneos mas podem destruir toda uma
eternidade com Deus.
2 - “Mas agora a nossa alma se
seca; coisa nenhuma há senão este maná diante
dos nossos olhos.”
Nr 11.6
Como pode a alma secar, diante de
tantas maravilhas que já haviam presenciado e estão
sendo providos diariamente do maná do Senhor?
O Salmos 103.2 diz “Bendize, ó
minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de
seus benefícios.”
A ingratidão pode tornar a
alma seca, sem vida, vazia, insaciável; eles só tinham
motivos para agradecerem ao Senhor, mas optam pelo caminho da
ingratidão, da murmuração.
“ coisa nenhuma há senão
este maná diante dos nossos olhos”
O maná era a provisão
do Senhor, em pleno deserto o Senhor enviou alimento para todo aquele
povo...mas eis que: queremos carne!
Para cada dia o Senhor já tem
o nosso alimento, o nosso pão diário; têm dias de
comer carne sim, mas têm os dias de comer maná e dando
graças a Deus!
Eu já passei pelo deserto,
desejando muito que o Senhor me concedesse algo, e muitas vezes
questionei o porque daquele deserto? As vezes nos sentimos
filhos tão queridos a ponto de achar que não podemos
ser corrigidos, afligidos pelo Senhor; mas o Senhor corrige aquele que Ele ama.
3 - “para te humilhar, e para te
provar, para no fim te fazer bem;”
Mas o deserto tem o propósito
de nos dar maturidade, podemos ser até crescidinhos já,
mas pode estar faltando maturidade e como diz Dt 8.16 “Que no
deserto te sustentou com maná, que teus pais não
conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no fim te fazer
bem;”
“para no fim te fazer bem”
A finalidade é nos fazer bem,
é para o nosso aprimoramento, para o nosso crescimento; para
quando recebermos nossa promessa, saibamos reconhecer que foi o
Senhor quem fez aquilo, que não foi através de nossas
forças ou conhecimento.
4 - “até que lhes saia
carne pelo nariz e vocês tenham nojo dela”
Precisamos ter cuidado com nossas
palavras e atitudes; não importa se ditas em um momento de
aflição, de angústia...o Senhor ouve todas elas.
Sim, o Senhor é misericordioso, mas a atitude do povo querendo
comer carne rejeitando ao Senhor, a presença do Senhor, custou
a vida deles.
Eles teriam nojo de carne, de tanto
que comeriam; em Nr 11.33-34 a ira do Senhor se acendeu e o povo foi
ferido com uma praga muito grande. Todos que tiveram desejo
morreram, foram ali sepultados.
5 - “conforme a todo o desejo da
tua alma, comerás carne.”
Diferentemente, em Dt 12.20, “Quando
o Senhor teu Deus dilatar os teus termos, como te disse, e disseres:
Comerei carne; porquanto a tua alma tem desejo de comer carne;
conforme a todo o desejo da tua alma, comerás carne.”
Quando herdarmos a promessa de fato,
poderemos comer carne; conforme o desejo do nosso coração.
Porque naquele tempo já teremos alcançado a maturidade
necessária para lidarmos com a plenitude das bençãos
do Senhor pra nós, com as bençãos que esperamos
por tanto tempo. O Senhor já terá provado o nosso
coração e nos encontrado prontos para um nível
mais alto.
Glórias a Deus!